O mundo das Fashion Weeks está sofrendo uma verdadeira revolução nos últimos meses, marcas e estilistas estão discutindo a necessidade de haver um gap tão grande entre a coleção apresentada nas passarelas e a sua distribuição nas lojas – processo que dura cerca de 6 meses para acontecer. Marcas como Burberry e Moschino são umas das que apostaram no novo modelo de desfile, onde além de ter as coleções já disponíveis após o desfile, também não há mais uma estação fixada – primavera/verão ou outono/inverno – pois com as mudanças climáticas e a moda sendo global, não se vê mais necessidade de fixar esse calendário.
Em entrevista ao Estadão, Paulo Borges anuncia que a partir de 2017 a SPFW irá mudar toda sua estrutura para entrar nesse novo modelo de Fashion Week já adotado por algumas marcas.
“Hoje as redes sociais fomentam o desejo de consumo de uma maneira muito poderosa. O que está em discussão no mundo é como usar essa força de maneira ágil e imediata. Por isso, digo aqui em primeira mão que iremos fazer uma grande mudança, que prevê uma revisão nos processos de lançamentos das coleções.”
A semana de moda paulistana será a primeira a mudar seu molde na totalidade, e não terá mais estações fixas e suas coleções estarão disponíveis nas lojas logo após os desfiles.
“A partir de 2017, vamos mudar as datas de desfiles para deixá-los bem próximos ou mesmo simultâneos aos lançamentos no varejo. A edição de novembro já será híbrida, vamos instaurar o novo processo, chamar a imprensa de moda para conversar. Assim, a marca já poderá transformar o desfile na ferramenta do estímulo e divulgação imediata de venda.”
Esse novo modelo adotado agora pela SPFW vem gerando uma série de discussões no mundo da moda e dividindo opiniões; pois ao mesmo tempo que de um lado estão os que afirmam que esse é o caminho mais certo, por aproximar o comprador de imediato, outros já consideram que esse novo processo priva a criação de coleções mais autorais (aquelas que mostram o conceito de forma mais explícita e artística).
Ou seja, para o consumidor é ótimo saber que uma peça desejo de um desfile poderá ser adquirida logo, mas e para o estilista que deseja mostrar seu poder de criação autoral, como fica? Pois uma vez que o desfile é voltado para o consumidor direto, a parte autoral pode não ter mais lugar na passarela.
E você, o que acha dessa mudança?