De Kenner, correndo atrás dos sonhos, superando adversidades e valorizando raízes. Assim nasce o documentário “Eu Vim de Lá”, que resgata origens, memórias e identidades de estilistas e marcas independentes de periferias brasileiras. Lançado nesta terça-feira (30), o filme foi produzido exclusivamente durante o evento homônimo promovido pela marca carioca, inspirado em Anitta, artista criada em Honório Gurgel, na Zona Norte do Rio, que sempre exaltou com orgulho o lugar de onde veio.
“A periferia é um lugar muito rico de criação”, comenta Anitta, embaixadora da Kenner e jurada do concurso de moda. A cantora participou da mesa de júri no Museu de Arte do Rio ao lado de Renata Simon, diretora de produto da marca; André Hidalgo, diretor da Casa de Criadores, de São Paulo; e Vitória Flores, professora de Ilustração de Moda do IED-RJ (Istituto Europeo di Design). A curadoria foi feita pela estilista e diretora de arte Rafaela Pinah.
“Com ‘Eu Vim de Lá’, queremos mostrar que cada trajetória merece ser valorizada e ganhar visibilidade. Acreditamos que os sonhos podem mudar realidades e cada pessoa carrega experiências únicas de superação, criatividade e resistência. O documentário mostra que, independentemente das adversidades, é possível transformar desafios em conquistas”, indica Gabriella Veras, coordenadora de mídias orgânicas da Kenner.
Inspirações e elementos dos processos criativos que enaltecem as peças desenvolvidas para o concurso de moda fazem parte da obra. Diretamente da Bahia, a vencedora Iloostre fortalece a ancestralidade e as energias ciganas em uma coleção com looks de Parorí, joia produzida manualmente e inspirada em acessórios crioulos. A Pormenor trouxe o subúrbio carioca ao desfile com referências aos bate-bolas – patrimônio imaterial do Rio de Janeiro –; aos gorilas de saco e turmas da velha, que são tradições do Carnaval; ao futebol; e ao orixá Omolú.
Dedicada ao reaproveitamento de materiais, a Ventana – marca de Santa Catarina – reviveu, por meio da moda, histórias e memórias da infância de Anitta e Gabrielle Pilotto, fundadora e diretora criativa da marca, com referências às casas que moravam em Honório Gurgel e Pelotas, no Rio Grande do Sul, respectivamente. Representando o Pará, Labo Young mergulhou nos sonhos, no seu cotidiano e ressaltou o artesanato com tramas e cestaria nas produções. A coleção também apresentou elementos que remetem à “Galera da Kenner” (GDK) da capital paraense, que ia às aparelhagens com a sandália, simbolizando estilo e identidade.
Já a marca carioca Èssis valorizou os laços familiares com criações inspiradas na mãe de um dos fundadores, Miguel Èssis. Há 50 anos, ela abandonou o sonho de atuar no mundo fashion. O estilista revisitou croquis e recriou um blazer masculino no jacquard – tecido que remete ao luxo e exclusividade – e, junto ao crochê, com o intuito de promover o sentimento de pertencimento.
Confira o documentário:
