Aquela pontada no joelho que aparece sempre no terceiro dia de treino, o cansaço que não passa nem com uma noite inteira de sono ou a tensão persistente no pescoço depois da musculação… Soa familiar? Esses indícios podem ser seu corpo tentando te avisar que seu treino precisa de ajustes.
“O corpo humano nos dá pistas constantes sobre como está respondendo aos estímulos do exercício. O problema é que muitas vezes ignoramos ou interpretamos como algo normal do processo, não somos uma máquina”, explica Renata Suárez, profissional de educação física e cofundadora do Stúdio Sattva. “Aprender a ‘escutar’ essas mensagens pode fazer a diferença entre um treino que fortalece e um que prejudica”.
Dores e lesões são multifatoriais, inclusive podem ser causadas por estresse mental, rotina de trabalho, entre outros, é importante sempre analisar todo histórico do aluno sobre a dor ou lesão. Muitas vezes não tem relação com o exercício, mas sim com a falta de prática do mesmo.
No que se refere ao exercício, Renata lista à seguir cinco sinais de que o treino pode estar mal prescrito ou executado de forma inadequada e, mais importante, o que fazer para corrigir o problema antes que ele vire uma lesão:
Dores que persistem além do esperado
É normal sentir certo desconforto muscular após um treino intenso, o famoso DOMS (do inglês delayed onset muscle soreness), ou dor muscular tardia. Mas há uma diferença entre a “dor boa” do músculo que trabalhou e os verdadeiros alertas do corpo.
“A dor muscular típica do pós-treino costuma aparecer entre 24 e 48 horas após o exercício e diminui gradualmente. Se você sente dores agudas, pontadas ou desconfortos que persistem por mais de uma semana, isso pode indicar sobrecarga ou má execução dos movimentos“, alerta Renata. Lembrando que não se faz treinos intensos todos os dias, por isso a necessidade de um profissional para periodização dos treinos.
O que fazer: reavalie a intensidade e o volume do treino. Inclua mais dias de recuperação ativa, exercícios de mobilidade e alongamentos para as regiões mais afetadas.
Fadiga excessiva que não melhora com descanso
Sentir-se cansado após um treino é esperado, mas quando essa fadiga se torna crônica e não melhora mesmo com noites bem dormidas, é sinal de que algo não está funcionando. “Quando o treino está bem adaptado, você deve se sentir energizado na maior parte do tempo, mesmo nos dias de exercício. Se você acorda cansado constantemente, tem dificuldade para manter o ritmo nas atividades do dia a dia ou sente que precisa de muito mais tempo para se recuperar entre os treinos, pode ser sobrecarga“, esclarece a especialista.
O que fazer: revise seu programa de treinamento com um profissional. Às vezes, menos é mais e reduzir a intensidade temporariamente pode levar a melhores resultados a longo prazo.
Queda na performance sem motivo aparente
Você vinha progredindo bem e, de repente, não consegue mais levantar o mesmo peso da semana passada ou sua resistência na esteira diminuiu sem explicação? Este pode ser um sinal claro de overtraining. “O corpo tem ciclos naturais, mas uma queda consistente na performance, especialmente se acompanhada de irritabilidade, alterações no sono ou mudanças no apetite, geralmente indica que o treino está exigindo mais do que o corpo consegue se adaptar no momento“, alerta.
O que fazer: implemente uma semana de deload (redução da carga) ou considere alguns dias de descanso completo. Seu corpo pode precisar de tempo para se adaptar aos estímulos anteriores. Não há melhor recovery do que uma noite bem dormida.
Tensões e retraimentos recorrentes
Aquela tensão no trapézio que sempre volta, a lombar que “trava” frequentemente ou os ombros que vivem contraídos podem estar sinalizando desequilíbrios musculares ou padrões de movimento inadequados. Renata Suárez explica que quando os movimentos são repetidos de forma incorreta ou focados demais em determinados grupos musculares, isso cria desequilíbrios que se manifestam como tensões crônicas. “É o corpo pedindo atenção para áreas que estão sendo negligenciadas ou sobrecarregadas.”
O que fazer: inclua exercícios de mobilidade/flexibilidade, fortalecimentos direcionados para que não haja assimetria acentuada entre os músculos (um mais forte que o outro).
Pequenas lesões que se repetem
Incômodos que aparecem sempre na mesma região, como uma fisgada no joelho, desconforto no punho ou uma leve dor nas costas, são alertas que não devem ser ignorados. Segundo Suárez, lesões recorrentes são como um alerta do corpo. “Elas indicam que há algo no movimento, na carga ou na recuperação que não está funcionando bem e se ignoradas, podem vir a se tornar um problema mais sério”, aponta.
O que fazer: adapte os exercícios que causam desconforto, substitua por outros que ajudarão nessa recuperação, sempre com orientação profissional. Às vezes, uma mudança na técnica ou no programa de treino resolvem antes que o caso se torne crônico.
A importância da individualidade
Renata enfatiza que não existe uma fórmula única para todos: “Cada pessoa tem suas particularidades: histórico de lesões, nível de condicionamento, disponibilidade de tempo, objetivos específicos e rotina diária. Um treino que funciona perfeitamente para seu amigo pode não ser adequado para você, e tudo bem.“
A especialista recomenda ainda sempre buscar orientação profissional personalizada ao notar qualquer um desses sinais. “O acompanhamento de um profissional qualificado não é luxo, é investimento na sua saúde e longevidade. Ele pode identificar padrões que passam despercebidos e ajustar seu programa antes que pequenos incômodos se transformem em lesões sérias”, finaliza Renata Suárez.
Sobre o Studio Sattva: Localizado no Tatuapé, São Paulo, o Studio Sattva foi idealizado por mulheres e atua no segmento de saúde e bem-estar. O espaço oferece serviços personalizados de treinamento físico, fisioterapia e yoga, focando na integração entre corpo e mente para promover qualidade de vida. Com uma estrutura pensada para conforto e funcionalidade, o Studio Sattva atende clientes em diferentes etapas, desde a melhora da performance até processos de reabilitação e cuidados gerais de saúde. O objetivo é incentivar práticas regulares que contribuam para a saúde física e mental de forma segura e eficiente. Link